Um brasileiro de 35 anos pôs, ontem à noite, uma pistola calibre 32 a centímetros do rosto da vice-presidente argentina Cristina Kirchner. Puxou o gatilho — que falhou.
Havia cinco balas no pente. Quando o tiro falhou, Fernando Andrés Sabag Montiel jogou a arma no chão e tentou fugir, mas foi perseguido e preso por pessoas nas ruas. Assista ao vídeo. O atentado ocorreu no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, quando Cristina conversava com apoiadores à porta de sua casa. Montiel, que trabalha como motorista de aplicativo, tem antecedentes criminais — foi detido com uma faca, em março. Em suas contas nas redes sociais, apagadas na noite de ontem, o suspeito se identificava como Salim e exibia tatuagens com símbolos associados ao nazismo. O presidente Alberto Fernández atribui o atentado aos discursos de ódio e decretou feriado nacional “para que o povo possa se expressar em paz”. A oposição criticou a medida, acusando o presidente de buscar mobilizar a militância peronista. (Clarín)
Políticos e autoridades de todo o continente condenaram nas redes sociais a tentativa de assassinato. O presidente chileno Gabriel Boric criticou o ato que disse que o caminho das divergências políticas deve ser sempre “o diálogo, nunca as armas e a violência”. Luis Almagro, secretário-geral da OEA disse que é imprescindível “rechaçar a violência e fazer justiça”. O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Cristina foi vítima de “um fascista criminoso que não sabe respeitar as divergências”. Crítico de Fernández e Kirchner, o governo brasileiro ainda não se manifestou. (La Nación)